sábado, 7 de maio de 2011

"Certa vez, quando eu tinha 6 anos, vi uma imagem impressionante..."

Quando a gente é pequeno vê o mundo através dos olhos dos outros. Não que não tenhamos nossas próprias percepções de mundo, imagina... Apenas precisamos de uma ajudinha, de alguém dizendo em que direção devemos olhar, em qual ângulo a vida parece mais divertida.
Há 4 meses fui mãe pela segunda vez. E preciso assumir que, desde o nascimento de meu primeiro filho, passei a buscar um entendimento maior do que me fez ser como sou. Não é apenas mais um melodrama pessoal... Passei a tentar entender qual é o papel da mãe (e do pai) na vida da "coisinha-bonitinha-da-mamãe" e, para tamanha audácia, tive que revisitar minha própria vida, refletida nos meus pais.
A partir de então, tentei definir meu objetivo como mãe. Que tipo gostaria de ser? O que me é essencial, com que falhas consigo conviver? Que tipo de homens gostaria que meus filhos se tornassem?
Muitas vezes, ser mãe é algo instintivo. Está lá, acontece, quando você vê... simplesmente é! Mas não acredito que deva ser sempre assim. Como todo o mais na sua vida, quando um objetivo é traçado, ele deve ser claro e, na medida do possível, conter perspectivas reais.
Neste dia das mães, peço mais consciência. Ocupar este cargo exige de nós um sentimento que não cabe dentro do peito, determina uma nova realidade impossível de colocar em palavras e muito menos de racionalizar. Mas o tipo de pessoa que seus filhos irão virar é algo muito real que vai muito além do amor incondicional que você dá a ele. Ame com a tranquilidade de que um olhar de tristeza de seu pimpolho nem sempre significa uma falha sua. Ao contrário, muitas vezes pode ser um grande acerto.
E mesmos as falhas, monstros embaixo da cama, vão fazer parte do que eles irão se tornar.

Penso que criar um filho é uma função a longo prazo e um constante exercício de altruísmo. Não na rotina de abdicar da própria vida em função dos filhos mas na consciência de que eles são pessoas diferentes de nós, que precisarão de tratamento adaptável ao longo dos anos. Andaremos juntos, de mãos dadas de preferência. Mas eles não seguirão nossos passos. Para isso, estamos todas prontas? Isso não é intuitivo...

Um comentário:

By Flavia Tanaka disse...

Perfeito, Dani! Lindo texto!